TREM FANTASMA no PSICODALIA

Rayman e Yuri (Trem Fantasma)

PSICODALIA 2010 - UM SHOW

Festival Psicodalia....a idéia já vingou. Para alguns a historia começou em Angra dos Reis. Depois numa praia do Parana (?), mas na verdade não me preocupo muito com isso, nem tentei saber da veracidade, falando com o Klauss ou Xande ou a Juliana. Lembro do primeiro que o Blindagem participou em 2004, em pleno carnaval, no meio do mato nas redondezas da Lapa. Precário é verdade, mas que autenticidade e vibração dos organizadores pelo alto astral, boas bandas e participação do público. O som era pouco simples, mas tinha uma decoração de muito bom gosto, bem no clima....lps, cds. dvds pendurados por fios de nylon balançando sobre nossas cabeças. Um show. Pra minha surpresa os anos passaram e o festival cresceu. Lembro de alguns contatos que tive com o pessoal da organização nos anos seguintes, onde falamos de captação de patrocínios, divulgação, contratações, mas me chamava a atenção a determinação que eles tinham de não transformar o Psicodalia em um jogada de midia ou calendario oficial de alguma Prefeitura. Não querem perder a magia do festival. Mas ficaram ousados. De bandas alternativas passaram a contratação de mitos do rock brasileiro das antigas. Um ano Casa das Maquinas ou Som Nosso de Cada Dia no outro. Agora em 2009/2010 (saiu do carnaval e foi pro Revellion), Pata de Elefante, Terreno Baldio, Blindagem e Mutantes. Mas tenham a certeza. NINGUÉM vai ao Psicodalia pelo nome das bandas que se apresentam. A atração é o PSICODALIA. Para quem mexe com produção de eventos, os organizadores do Psicodalia são “loucos”. Festival de Rock no País do Carnaval em pleno carnaval ou em pleno virada de ano? Só temos que agradecer a iniciativa deles. Mostram que a coisa sendo bem feita...acontece e que o público esta ai para curtir. As bandas estão compondo, criando e loucos sim para mostrar sua musica fora dos bares, lanchonetes e boites da vida. Quem esteve neste último Psicodalia realizado em Rio Negrinho é testemunha. Eu estive, toquei, conversei, circulei e posso dizer...o Rock está mais vivo do que nunca. Sem mídias fabulosas, sem placas indicativas, sem a assinatura de grandes veículos. É apenas o Psicodalia. Quando cheguei na cidade de Rio Negrinho procurando pelo festival, na cidade ninguém sabia. O que mais ouvi, era não sei,festival de musica?...de rock? Aqui em Rio Negrinho?? Pergunta aqui e ali e cheguei na Fazenda Evaristo. No caminho até lá não encontrei nenhum carro, nenhum mochileiro, cheguei a pensar – que pena...é um fracasso. Que agradável engano. Ao chegar na cancela de entrada, total organização. Recepcionistas com listas de nomes, pulseiras indicativas, fichas de presença, seguranças educados. Entrei num mundo que em tudo lembrou a melhor época dos grandes festivais (Woodstock, Ilha de Wight, Aguas Claras, Camburock). Barracas coloridas, roupas mais coloridas ainda, dois excelentes palcos (shows diurnos e noturnos) e 5.000 pessoas circulando na mais completa paz, amor e harmonia. Não vi uma alteração de comportamento, uma discussão, um acidente. No terceiro dia conversei com o responsável pelas ambulâncias (Corpo de Bombeiros) e ele me informou que tinha atendido apenas 5 pessoas que tinham cortado o pé. Nem um atendimento de coma alcoólica ou overdose. As pessoas por si mesmo, faziam a seleção do lixo que toda manhã era recolhida por tratores. E o som?? Bom não vi uma banda passar desapercebida no festival. Destaque para Soul Barbecue, Trem Fantasma, Sebbo, a do Hermann (dsclp caro amigo, esqueci o nome da banda, mas não do som) enfim todas. O Pata de Elefante (um show a parte e um instrumental de primeiro mundo), Mutantes é hour concour e para nós do Blindagem ficou a imagem de ver o público todo cantando nossas musicas em uma harmonia total com a banda. No meio fizemos uma homenagem a saudável loucura do Klauss, Alexandre e a Juliana, cantando With a Little Help From My Friends, na versão de Joe Cocker no Woodstoch (obrigado Michele pelo backing maravilhoso....foi de arrepiar http://www.youtube.com/watch?v=CAPqGj22CT8). Que esse grupo de jovens continuem sendo “loucos” o bastante para nos proporcionar novos festivais como esse. O Rock and Roll agradece.